O ano de 2023 pode ser um dos mais importantes da história recente do futebol brasileiro. Em busca de mais equilíbrio na arrecadação de receitas e premiações, os debates sobre a criação de uma liga independente e a organização de campeonatos sem a anuência da CBF foram muito frequentes nos bastidores dos clubes.

Dentro disso, as comparações entre a LIBRA (Liga Brasileira de Clubes) e a Liga Forte Futebol foram inevitáveis. O Grêmio, por sua vez, foi um dos primeiros clubes no país a anunciar seu lado, já que no fim de 2022 o ex-presidente Romildo Bolzan Jr. assinou o termo de adesão à LIBRA.

Após aderir primeiramente ao grupo, o Grêmio participou de forma ativa das negociações sobre como seria a divisão dos valores que futuramente serão essenciais para o orçamento. Vale lembrar que o acordo assinado é válido pelos próximos 50 anos.

Grêmio abriu mão de R$100 milhões propostos pela LIBRA

Após concordar com os termos da LIBRA, o Grêmio concedeu exclusividade ao Grupo Mubadala para negociar os próximos contratos de vendas dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro por 50 anos. Em troca, o clube tinha a possibilidade de receber R$ 99,5 milhões como adiantamento, quantia que foi proposta a todos os clubes do bloco.

Para ter direito a este valor, o Grêmio precisaria abrir mão de 12,5% de todos os contratos que seriam assinados junto ao Grupo Mubadala por todo este período. Mesmo com a dificuldade financeira do clube, a direção tricolor não soliticou este adiantamento.

Internamente, a avaliação é que, no longo prazo, esta porcentagem representaria um valor total muito maior do que este adiantamento, além de que comprometeria o futuro do clube. Se os futuros acordos por direitos de transmissão cumprirem a média atual, entre 3 e 4 anos, o Grupo Mubadala poderia participar de pelo menos 13 contratos com cada comprador.

Dúvida sobre venda da liga e blocos comerciais

Atualmente, a criação de uma liga organizada pelos clubes para a formulação do novo Campeonato Brasileiro está em segundo plano, já que não há ainda um indicativo de que os clubes se unam em um mesmo grupo.

Por isso, hoje a tendência é de a criação de 2 blocos comerciais, com cada um dos grupos negociando seus contratos nos chamados "blocos comerciais". Os integrantes da LIBRA assinaram com o Grupo Mubadala, enquanto os integrantes da Liga Forte Futebol assinaram com o Grupo Serengetti.

Em ambos os casos, os acordos são por um percentual de todos os contratos negociados de direitos de transmissão pelo período de 50 anos.