Casa do Grêmio desde 2012, a Arena já foi palco de muitos momentos históricos do tricolor, seja pelos títulos conquistados ou pelo trágico momento do rebaixamento para a 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Mais do que um novo local para o torcedor gremista assistir os jogos do seu time de coração, a Arena também é, há alguns anos, o centro de um grande debate entre clube e torcida.

Durante boa parte do mandato do ex-presidente Romildo Bolzan Jr., o Grêmio iniciou movimentos para assumir a gestão do estádio. Os principais objetivos eram ter autonomia nas escolhas e melhorias, além de aumentar a arrecadação do clube de forma significativa com a bilheteria dos jogos.

Hoje, o discurso apontado pelo atual presidente, Alberto Guerra, é de aproximação entre as partes e acordo nas principais decisões envolvendo a administração do estádio. Confira abaixo os detalhes do contrato firmado.

Entenda o contrato entre Grêmio e OAS pela Arena

O Grêmio iniciou sua trajetória na Arena em 8 de dezembro de 2012 em uma obra que custou cerca de R$600 milhões. A estrutura foi construída pela OAS, na época, uma das principais do país e da América Latina. O clube paga parcelas mensais pelo financiamento da construção.

A gestão do estádio hoje está a cargo da Arena Porto-Alegrense, uma empresa criada justamente para facilitar a comunicação entre clube e construtora. Mesmo que o clube não tenha o domínio sobre as decisões, uma das cláusulas no contrato proíbe o Grêmio de jogar em outro estádio, sendo a única exceção quando houver shows no estádio.

Outro ponto de domínio total da administração da Arena é sobre os preços dos ingressos. Em tese, não há margem para negociação no valor, ou seja, se o Grêmio tiver o desejo de diminuir os valores para o torcedor, precisará pagar valores do seu próprio bolso.

Clube possui contrato com diversas cláusulas em relação a gestão do estádio. (Foto: Tális Andrey de Mello).

Renda de bilheteria e custo de manutenção do estádio

Outro ponto de dúvida dos torcedores é em relação a bilheteria dos jogos. Toda a renda arrecadada dos jogos vai para o caixa da Arena Porto-Alegrense, ou seja, não entrar para o clube. A renda que vai aos cofres do tricolor é do quadro social, já que os sócios pagam suas mensalidades diretamente à instituição.

Entretanto, para poder acomodar seus sócios no estádio, o Grêmio paga a quantia de R$1,5 milhão mensais à gestora. Por outro lado, não há custo de manutenção. Todos os custos de eventuais reparos ou melhorias ficam a cargo da Arena Porto-Alegrense.

O custo mínimo para abertura do estádio em dias de jogos é de R$200 mil. O valor pode aumentar de acordo com o tamanho do jogo e o número de funcionários necessários e o Grêmio também não paga nada.

Qual a capacidade da Arena do Grêmio?

A capacidade total é de 60.540 lugares. Entretanto, por questão de segurança, a capacidade máxima de torcedores é de 55.662.

Qual o faturamento da Arena por ano?

O valor aproximado de arrecadação com a bilheteria é de R$30 a R$40 milhões por ano. Este valor também era o estimado no aumento de receita anual caso tivesse êxito nas negociações pela compra da gestão do estádio.

Até quando vai o contrato da Arena?

O contrato feito pelo Grêmio com a OAS prevê exploração comercial junto a construtora de 20 anos, ou seja, até 2033.