A relação entre Grêmio, Arena Porto-Alegrense e as construtoras OAS 26 e Karagounis já é protagonista de todos os debates recentes entre a torcida tricolor. E nos últimos meses, o clube se movimentou formalmente e nos bastidores para obter maior autonomia sobre os grandes e pequenos processos, desde o valor dos ingressos até a possibilidade de compra antecipada da gestão do estádio.

Paralelamente, existe um contrato que precisa ser cumprido com todos os envolvidos. Desde dezembro de 2012, quando o estádio foi inaugurado, o Grêmio possui pagamentos mensais obrigatórios e uma vitória na Justiça possibilitou ao clube um corte de gastos pelos próximos 8 anos.

Mas, de fato, o que o Grêmio precisa pagar? Quanto? Até quando? Confira todos os detalhes, regras e últimas informações abaixo.

Quanto o Grêmio precisa pagar para a Arena?

Como já abordado acima, o Grêmio possui, em contrato, a obrigação de pagar um valor mensal para a empresa que faz a gestão da Arena. Esse pagamento serve para garantir a cadeira do sócio que paga por esta modalidade de associação. Internamente, o valor estimado é de aproximadamente R$ 2 milhões mensais.

Entretanto, ainda no ano passado, a direção do Grêmio realizou um importante movimento: Comprou 33% da dívida da construção da Arena. O clube efetuou o pagamento de R$ 20 milhões à vista ao Banrisul e a partir disso, se tornou credor da quantia de R$ 109 milhões.

A partir disso, se estabeleceu um impasse: Por um lado, o Grêmio tem a necessidade de pagar para garantir a cadeira do seu sócio no estádio. Ao mesmo tempo, o clube passou a ser credor de um valor importante.

Justamente por isso, o Grêmio ganhou, na Justiça, o direito de abater mensalmente suas obrigações do valor total que passou a ter direito após comprar a dívida, suspendendo a retirada de cada parcela dos seus cofres. Desde janeiro deste ano, foram descontados mais de R$ 10 milhões do saldo devedor e esta quantia não foi retirada do "caixa" tricolor.

Sem receber este pagamento mensal, a gestora da Arena enfrenta dificuldades para operacionalizar o estádio. O custo estimado para bancar todas as operações em um dia de jogo é de aproximadamente R$ 300 mil.

Detalhes sobre a relação Grêmio x Arena

Desde que o atual presidente do Grêmio, Alberto Guerra, iniciou seu mandato, em 2023, o Grêmio já efetuou mais de 30 notificações para a gestora do estádio sobre pontos do acordo que não foram e não estão sendo cumpridos.

Questões envolvendo a qualidade do gramado, necessidade de reformas na estrutura e a falta de explicação sobre a destinação de recursos recebidos pelo estádio são apenas alguns dos temas que são questionados e reclamados internamente.

No fim, o clube já traçou, em diversas oportunidades nos últimos anos, planos e propostas para comprar o direito de superfície, que lhe garantiria o direito de operação do estádio. Entretanto, pelas altas cifras envolvidas e pela falta de vontade de algumas partes envolvidas, a situação ainda não teve um desfecho positivo.

A Arena Porto-Alegrense tem a garantia de gestão do estádio até dezembro de 2033.