Considerado a maior contratação da história do Grêmio, o artilheiro Luis Suárez deixou Porto Alegre na última sexta-feira (08) e em entrevista para o Globo Esporte revelou estar com saudades da torcida gremista e da capital gaúcha.

Aos 36 anos, o atacante encerrou a sua passagem com a camisa gremista na última rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 6 de dezembro. O 'El Pistolero' balançou as redes 29 vezes e deu 17 passes para gols em 54 partidas disputadas.

"Muitas (saudades de Porto Alegre). Foi um ano que não acreditava que ia jogar aqui no Brasil, mas aconteceu. Aproveitamos muito com minha família fora de campo também. Se eu te falar que tem muito jogo, viagens muito longas. Mas acho que também como o Renato também conhece e sabe administrar essa situação foi bem. Mas tenho saudade de tudo, do dia a dia no CT, no Grêmio, saudade da torcida. Jogar na Arena era bem legal. Também toda a paixão que o torcedor brasileiro tem", disse o craque uruguaio.

Eleito melhor jogador do Brasileirão, Luisito foi o atleta com mais participação em gols na última edição, 28 no total. Suárez marcou 17 gols e deu 11 assistências em 33 partidas disputadas com a camisa tricolor. Durante a entrevista para o GE, o ex-camisa 9 do Grêmio revelou o motivo da escolha de atuar pelo Tricolor.

Eu falava que eu preferia não voltar a jogar no Uruguai porque eu sou um cara que jogou mais de 15 anos na seleção e eu prefiria que o torcedor uruguaio se lembrasse do jogador do Uruguai e esquecesse que eu tinha começado minha carreira no Nacional. Mas aí o torcedor começou a chegar ao coração. Uma pessoa normal tem sentimentos e aí teve o Nacional. Jogar 3, 4 meses no Nacional antes do Mundial. Terminou, saí campeão, saiu tudo bem, joguei um clássico, fiz o gol na final. Aí depois da Copa do Mundo eu falei com meus filhos e eles queriam ficar lá no Uruguai. Estavam muito felizes com os primos, amigos, família. No Uruguai, onde a gente mora é tudo perto. A logística era perfeita para ficar lá. Mas falei para meus filhos: "O futebol não tem lembranças". No futebol todo mundo esquece o que aconteceu. Tinha jogadores que passaram por coisas assim. Foram ao Nacional e Peñarol, foram bem em seis meses a um ano, quiseram ficar mais um ano, mas foram mal e aí todo mundo começou a xingar eles. E eu falava: por isso. A etapa de 3,4 meses foi perfeita. Aí comecei a falar com o Grêmio e cheguei aqui. Mas por isso que decidi. Igual com o Grêmio agora. Ter mais um ano de contrato. Eu falei com o presidente, com os jogadores também. O melhor que eu posso fazer é que o futebol brasileiro se lembre com o grande ano que eu fiz aqui. Se eu fico mais um ano você não sabe o que pode acontecer. Aí começa a mancar, dor no joelho, não jogar Gauchão. E começam: "ah , ele ficou aqui". Então ficar com essa imagem para mim foi perfeito", contou.