Nos últimos anos, os presidentes de Grêmio e Internacional tomaram decisões diferentes em diversos aspectos, dentro e fora de campo. Uma destas situações foi a negociação envolvendo os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A novidade desta vez é que, diferentemente de ocasiões anteriores, foram feitos acordos que terão longa duração para um dos clubes.

As negociações com ambos os clubes foram concluídas ainda em 2023, mas os termos dos acordos entraram em vigência no início deste ano. Diante das informações que já se tornaram públicas, existem diferenças importantes e que geram diferença de valores no curto e longo prazo.

Como o Grêmio pode arrecadar R$ 500 milhões a mais que o Inter nos próximos anos

Grêmio e Inter estão posicionados em blocos comerciais diferentes atualmente. O Grêmio é membro da LIBRA (Liga Brasileira de Clubes), enquanto o Internacional integra a LFU (Liga Forte União).

Estes dois blocos costuraram acordos diferentes no que se refere a valores e tempo de contrato para a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão. Enquanto o Grêmio fez parte de um único acordo com o Grupo Globo por 5 anos, o Internacional realizou duas vendas em seu bloco: Uma delas que envolve os direitos de transmissão da competição e outra que contempla uma antecipação de receitas dos próximos 50 anos.

No caso do Grêmio, seu acordo prevê que entre os anos de 2025 e 2029, o clube possa receber cerca de R$ 160 milhões através dos direitos de transmissão do Brasileirão. Este valor final pode variar conforme o resultado esportivo e índices de audiência.

Já pelo lado do Inter, o primeiro acordo com a LFU prevê uma receita líquida de R$ 142 milhões anuais. O valor final também pode variar por rendimento esportivo e índices de audiência. Neste caso, o pagamento bruto seria de R$ 157,7 milhões.

A quantia prevista poderia ser maior, mas os clubes da LFU optaram por fazer a venda de 10% dos direitos de transmissão do Brasileirão pelos próximos 50 anos. O Inter, por sua vez, recebeu R$ 100 milhões por esta negociação.

Entretanto, a partir disso, os investidores receberão 10% do valor pago em cada ano até 2075. Em um cálculo bastante cauteloso, sem considerar inflação e reajustes, tendo a destinação de R$ 15,7 milhões por 50 anos, o valor total recebido pelos investidores e cedido pelos clubes da LFU deve ser de, pelo menos, R$ 785 milhões.

Vale lembrar que o primeiro acordo entre clubes da LFU com os investidores previa a venda de 20%, mas por cerca de R$ 200 milhões. Entretanto, durante as negociações, a porcentagem foi reduzida.