O futebol brasileiro deve passar por grande reformulação nos próximos anos. E isso tem muito a ver com a maneira que as principais forças do esporte no país administrarão suas rotinas e também dentro de campo, no que diz respeito aos jogos e competições.

Há cerca de um ano, começaram os debates sobre a criação de uma liga independente, que não teria a organização e modulação feita pela CBF. Gradativamente, a discussão caminhou para duas frentes, que foram denominadas como LIBRA e LFF (Liga Forte Futebol). Se você quer saber como funciona a LIBRA e as principais informações, clique aqui.

Abaixo, confira as principais informações e todo o contexto envolvendo a criação e as regras da Liga Forte Futebol.

Liga Forte Futebol; O que é e quanto cada clube vai receber

Quem faz parte do grupo

Atualmente, os clubes participantes da LFF são: ABC, Athletico, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Lodrina, Operário, Sport, Vila Nova, Tombense e Vasco da Gama.

Divisão de receitas do grupo

O acordo firmado com o investidor é da comercialização de 20% das receitas oriundas de direitos de transmissão com as emissoras de televisão. O valor total desta fatia da liga é de R$ 2,3 bilhões, sendo uma parte paga no ato da assinatura. Levando em consideração apenas os clubes que já assinaram o acordo, a divisão seria da seguinte maneira:

  • ABC: R$ 33 milhões
  • Athletico: R$ 203 milhões
  • América-MG: R$116 milhões
  • Atlético-GO: R$ 91 milhões
  • Avaí: R$ 94 milhões
  • Brusque: R$ 5 milhões
  • Chapecoense: R$ 94 milhões
  • Coritiba: R$ 159 milhões
  • Ceará: R$ 121 milhões
  • Criciúma: R$ 62 milhões
  • CRB: R$ 43 milhões
  • CSA: R$ 5 milhões
  • Cuiabá: R$ 57 milhões
  • Figueirense: R$ 8 milhões
  • Fluminense: R$ 213 milhões
  • Fortaleza: R$ 121 milhões
  • Goiás: R$ 152 milhões
  • Juventude: R$ 93 milhões
  • Londrina: R$ 33 milhões
  • Operário: R$ 5 milhões
  • Sport: R$ 139 milhões
  • Vila Nova: R$ 38 milhões
  • Tombense: R$ 26 milhões
  • Vasco da Gama: R$ 212 milhões

A forma de pagamento acordada foi de:

Termos da LFF
Valor: R$ 2,3 bilhões
1ª parcela: 50% à vista
2ª parcela: 25% em 12 meses
3ª parcela: 25% em 18 meses
Formato: SPE

Quem é o investidor para financiar a liga

O fundo investidor que tem interesse e que está negociando com os clubes participantes da LFF é o Life Capital Partners e Serengeti Asset Management. Entretanto, existem intermediários nesta negociação. São eles: Alvarez & Marsal, LiveMode e XP Investimentos.

Nesta negociação, o formato do acordo seria de SPE (Sociedade de Propósito Específico), com o objetivo de ter o gasto mais baixo possível com impostos e outras despesas. Com isso, os clubes participantes receberiam 80% do lucro das receitas oriundas dos direitos de transmissão.

Divisão das receitas da futura liga

O molde proposto pelos clubes participantes da LFF caso a criação da liga na série A se concretize é de:

  • 45% de forma igualitária: Esta parte é paga de forma equivalente a todos os clubes participantes;
  • 30% de acordo com a performance: Esta parte se refere a posição do time no Campeonato Brasileiro. Veja abaixo a tabela:
  • 25% por apelo comercial: Este é o ponto mais complexo e específico da divisão das receitas. O apelo comercial se divide em audiência média na TV aberta, na TV fechada e nos serviços de streaming, auditados externamente. Importante dizer que este ranking é ponderado pelo investimento de cada grupo de mídia comprador de direitos do Brasileirão. Veja a divisão abaixo:

Dúvida sobre criação da liga e de blocos comerciais

Atualmente, a criação de uma liga organizada pelos clubes para a formulação do novo Campeonato Brasileiro está em segundo plano, já que não há ainda um indicativo de que os clubes se unam em um mesmo grupo.

Por isso, hoje a tendência é de a criação de 2 blocos comerciais, com cada um dos grupos negociando seus contratos nos chamados "blocos comerciais". Os integrantes da LIBRA assinaram com o Grupo Mubadala, enquanto os integrantes da Liga Forte Futebol assinaram com o Grupo Serengetti.

Em ambos os casos, os acordos são por um percentual de todos os contratos negociados de direitos de transmissão pelo período de 50 anos.